terça-feira, 3 de novembro de 2009

Teatro de Objetos

Texto: Shirley Pacelli
Fotos: Mariana Reis
Festival Internacional de Teatro de Objetos encanta público

O evento inédito no Brasil, tem clima de criatividade e transborda alegria


Caixinhas de creme-de-leite se transformam nos famosos três porquinhos, ferramentas e parafusos dão vida à gata borralheira, um ferro de passar roupa apaixonado por uma camiseta... O limite no Festival Internacional de Teatro de Objetos (FITO) é somente a imaginação. O evento, que acontece na Serraria Souza Pinto, começou no último dia 24 e se encerra no domingo, dia 27 de setembro. O FITO é uma realização inédita e gratuita no país: um festival de teatro diferente, cujos personagens no palco são objetos.

Promovido pelo SESI/FIEMG, o Festival conta com a participação de outros grupos, como: Trecos e Cacarecos (Brasil); Truks e Teatro de La Plaza (Brasil); Fernan Cardama (Espanha), La Chana Teatro (Espanha), La Voce Delle Cose (Itália) e La Balestra (França).
A idealizadora do FITO, Aline Rosa, conta que só existem mais dois Festivais semelhantes a este no mundo. Aline explia que um dos objetivos é demonstrar como objetos comuns podem ser excelentes instrumentos de canal da arte.

O gerente de cultura do SESI/ FIEMG, Cláudio Marcassa, disse que realizar um evento inédito como este foi uma atitude ousada que deu muito certo. Segundo ele, a perspectiva de público até o domingo chega a 15 mil pessoas. “É um evento para toda a família. Crianças e até os pais ficam maravilhados com as novidades”, acrescenta Marcassa.

Escolher e se divertir!

Diversas atividades foram oferecidas no Festival: shows, exibição de curtas-metragens, teatros, performances, mostras-vivas, fotografia e desfile. Este último, sucesso garantido com a garotada, que ficou entusiasmada ao se deparar com um tênis; uma camisa; um extintor e outros objetos gigantes, desfilando e interagindo com as crianças por entre o público na Serraria. Outra atração com uma proposta bastante interessante era a “Máquina do Teatro Inconsciente”. Nesta “máquina”, de um lado um operador recebia somente instruções de como movimentar alguns pequenos objetos, enquanto do outro lado um espectador ouvia o narrar de uma história e assistia ao teatro criado pelo desconhecido. Muitas crianças também se encantaram com a performance de um artista dentro de uma banheira colorida e repleta de objetos. Brincando e fazendo sons, ele despertava sorrisos do grupo de meninos ao seu redor.

A vovó Eneida Ramos, trouxe as duas netas para participar do Festival e disse que valeu a pena. “É maravilhoso! Um Festival de novidades e de pura aprendizagem”, opinou Eneida.
Pascoal da Conceição, eterno Dr. Abobrinha do Castelo Rá-Tim-Bum, foi o ilustre mestre de cerimônias. Com um figurino colorido e divertido, “como se pegasse todos os brinquedos e fizesse uma camiseta”, foi requisitado por muitos dos presentes para tirar fotos. “É um evento muito lúdico, inspirador e alegre. Gosto de participar de festivais como esse, onde o artista toca na realidade e a transforma. Tudo na vida é transformação!”, detalha Pascoal.

O artista Rafael Zardani, do grupo XPTO, revelou que não é fácil manipular um objeto inanimado demonstrando emoções. Ele concluiu falando sobre um outro lado do Festival: “no mundo contemporâneo está tudo muito corrido. O FITO traz a atenção para pequenos objetos da nossa rotina. Para os detalhes”.